Completando a Missão na Ásia
“Vocês conhecem o livro que os cristãos leem? Geralmente tem uma capa preta, eu já ouvi falar e tenho curiosidade, mas nunca li. Se vocês tiverem e puderem me emprestar, gostaria de dar uma olhada”.
Esta foi a frase inusitada que ouvimos de um senhor, amigo nosso, enquanto caminhávamos com os cachorros. Esse saudável senhor, no alto de seus 60 anos, caminha todas as manhãs com seu cachorro em um parque próximo à nossa casa. Nós também temos um e de tanto passarmos um pelo outro, criamos uma amizade com ele. Quase todas as manhãs trocamos algumas palavras. Recentemente, passamos a assuntos mais importantes como dificuldades da vida, problemas da Humanidade, família etc. Numa dessas conversas, ele mencionou que as pessoas ficam muito mal intencionadas e a bondade se tornou algo raro.
Voltando à conversa, não lembro bem como surgiu a pergunta, mas ele questionou se acreditávamos em alguma religião. Respondi que não acreditávamos em religião, mas no Deus criador e em Jesus. Aqui no país, precisamos ter cuidado com nossa abordagem, mas quando nos perguntam temos a desculpa perfeita para compartilhar.
Nesse momento, ele começou a falar bem do cristianismo e que era bom que a pessoa acreditasse em algo positivo. Concordei, mas ressaltei que mais importante do que ter uma religião é um relacionamento com o Pai, porque Ele se importa conosco e nos quer bem e é o único que pode nos preencher o vazio da alma.
Naquele momento, uma senhora que também virou nossa amiga e sempre está com seu cachorrinho no parque, mencionou que ela já foi à igreja, mas não era uma boa cristã porque não foi batizada porque disseram a ela que após o batismo ela não poderia honrar os antepassados nas datas especiais (algo como visitar o túmulo). Brevemente explique-a que, realmente, não devemos venerar ou adorar espíritos e antepassados, mas honrar a memória deles e lembrar dos que se foram não é errado, há uma forma certa de fazer isso. Compartilhamos que o batismo é importante e que ela deveria fazê-lo, mas o importante é saber que Deus a ama.
Após muita conversa sobre perdão, bondade e outros assuntos, aquele senhor nos surpreendeu ao pedir uma Bíblia emprestada! Nem sabíamos se, realmente, havia um exemplar em casa, mas dissemos “sim” e no dia seguinte levamos para ele o Livro da Vida, a Bíblia.
Confesso que não tínhamos convicção de que ele a leria, mas dois dias depois, ao encontrá-lo novamente, comentava sobre a história de Noé e a dificuldade de enxergar as pequenas letras, mas que apesar disso valia a pena o esforço!
Interessante que, semanas antes, iniciamos um estudo em nosso pequeno grupo sobre a necessidade de vivermos de forma mais ousada, e na mesma semana Ele nos deu a oportunidade de viver o que ensinávamos; o resultado foi maravilhoso!
Que Ele acompanhe você em suas caminhadas, com o seu cachorro ou qualquer outro bicho de estimação; que o acompanhe nas caminhadas no parque; na ida à feira ou ao mercado; e que nessas oportunidades o ajude a ter ousadia e sabedoria para abençoar e ser abençoado.
Lembre-se dos seus missionários. Ore por nós e para que o Senhor nos mantenha ousados e sábios, testemunhando da Vida que n’Ele há!
Ael e Bel Oliveira
Missionários no Leste da Ásia