Em nosso entendimento missiológico, “fazer a Terra se alegrar” é também identificar ações do altíssimo nos detalhes da vida. Sobretudo quando os detalhes envolvem aspectos os quais Ele mesmo já havia alertado nas Sagradas Escrituras quanto à atuação de seus filhos nesse mundo “[…] que eles sejam UM, assim como nós somos UM[…]”.    

Primeiro contato no Norte da África

Quando chegamos ao Norte da África (há 7 anos) aprendemos com um veterano missionário o princípio Paulino de ICo 3.6, e foi um aprendizado na prática… “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer”.  Com aquele irmão, vivemos anos de aprendizado; vimos e colhemos alguns frutos, os quais ele mesmo havia plantado há vários anos e naquele então, fora do país de seu coração, não podia fazer parte do banquete. 

Foi a pedido dele que conhecemos nosso primeiro contato com um cristão norte-africano e ex-muçulmano. Era Mahmoud, o pai de Ahmed (um garotinho que ajudamos assim que chegamos ali, mas que depois de algumas vitórias frente a sua enfermidade, acabou falecendo).  

O pai de Ahmed é um homem simples das montanhas, mas ele havia sido bem ensinado por aquele veterano missionário, e mesmo perdendo o que tinha de mais valioso pudemos ouvir de sua própria boca: “Quem nos deu o Ahmed foi o Senhor; quem levou o Ahmed também foi o Senhor; então, eu só posso dizer: Bendito, Exaltado e Louvado seja o Nome do Senhor”.   Que manhã foi aquela quando aprendemos preciosas lições com aquele homem! 

Nossa preocupação 

No fim de 2015, quando fomos orientados por nossa liderança a retornar ao Oriente Médio, nossa maior preocupação e o que quase nos fez não aceitar dita recomendação, era não saber o que seria de nosso irmão, e agora muito amigo, Mahmoud.  Foram dias e noites pensando no que implicaria não mais poder cuidar daquele homem, que precisava tanto de cristãos comprometidos ao seu lado para lhe ajudar a permanecer no propósito de tão somente glorificar o nome do Senhor em meio às tantas adversidades naquela região do mundo.  

Mesmo assim, depois de muito lutar com Deus, decidimos obedecer dando um passo de fé, o qual se não fosse dado hoje não estaríamos com o pequeno Ismael (nosso filho adotivo) em nossos braços.  Mas entender isso na hora da decisão não foi nada fácil.      

A resposta de Deus

Bastou nossa decisão de obedecer, fomos à casa daquele irmão para as despedidas. Choramos juntos, e lhe prometemos que não estariam sozinhos nunca.  Mas voltamos para casa com o coração dilacerado.   

No mesmo dia, um e-mail desconhecido chegou para nós.  Era uma família brasileira, que soube que morávamos naquela cidade e queriam pedir algumas dicas, pois na semana entrante eles estariam chegando por lá para viver e ministrar ali.  Que Deus é esse?! 

Um dia antes de nossa partida daquela que havia sido nossa cidade nos últimos 6 anos, me encontrei com o novo missionário.  Foi um longo encontro; passei a ele tudo o que sabia sobre aquela terra; dei boas recomendações sobre aquele missionário veterano, que não mais poderia entrar no país, mas que permaneceu no país vizinho e sempre que acionado, amava ajudar; e claro, pedi que cuidasse de nosso amigo Mahmoud.  

Desde então, aquela família brasileira segue firme por lá e tem colhido frutos muito maiores que aqueles que nós colhemos. Semana passada, conseguimos, como família, enviar uma ajuda financeira para Mahmoud através dessa família brasileira. E ouvir deles que nosso amigo está bem e caminhando, mesmo com muitas dificuldades na área da saúde e sob muita pressão, foi um presente de Deus.   A oferta chegou na hora certa

Fazemos a Terra se alegrar quando mostramos a todos que SOMOS UM, assim como CRISTO e o ETERNO DEUS são UM

              

Pr. Caleb Mubarak
missionário para o mundo árabe