Durante um ano e dois meses (outubro/2018 a dezembro/2019), seis jovens colocaram suas vidas à disposição de Deus e da obra missionária, ao fazerem parte do programa Radical África. Elis, de 32 anos, foi uma das integrantes desta 13ª turma que atuou em um país fechado ao Evangelho na região da África Ocidental.

*(por motivo de segurança, só serão mencionados os pseudônimos utilizados durante o programa)

 

Carioca residente em Belo Horizonte/MG, Elis comenta que escolher apenas um momento marcante é difícil. Mas o que ressalta foram os vividos como auxiliar na pré-escola e o trabalho desenvolvido com o ministério de surdos, projetos de Missões Mundiais.

No primeiro projeto, ela trabalhou com crianças menores de três anos e sua responsabilidade era zelar pelo ambiente e também pelas crianças. Por estar localizada em um vilarejo conservador, com muitos católicos e muçulmanos, era importante transmitir Cristo de uma maneira marcante em suas vidas.

“Como elas estavam no primeiro contato com a vida escolar, o nome de Jesus tinha que ser transmitido de uma maneira bonita pra eles levarem uma boa recordação sobre a escola”, conta.

Na recepção era recebida pelos pequenos com muito amor e alegria, algo surreal em sua opinião, dado a forma como eles são tratados.

“Diferentemente do Brasil, onde as pessoas param para ouvir sua opinião, na África as crianças não são valorizadas. Lá elas esperam crescer para ‘ser alguém’, pois antes disso são consideradas como nada”, comenta.

Em outro momento, ela foi trabalhar com os surdos no projeto escolar voltado para eles. As idades eram variadas, o que a permitiu interagir tanto com crianças quanto pessoas mais velhas. Apesar de não saber a Língua de Sinais, Elis conseguiu se comunicar um pouco com eles e, assim, lhes ensinar algumas coisas, como cozinhar pão e fazer bijuteria. Foi uma forma de lhes oferecer uma alternativa de gerar renda.

Os deficientes em geral são vistos como amaldiçoados e malucos, dentre outras coisas, segundo a jovem Radical.

“Lá nesse país, o surdo não é visto como uma pessoa normal. Tanto que até existe uma cartilha antiga do governo dizendo que o surdo não é ‘maluco’, que ele é normal e que pode ser aceito pela sociedade. Ou seja, o governo teve que falar pra população que eles só eram surdos”, explica.

Por conta desse preconceito, muitos deles têm dificuldades para arrumar emprego e ganhar um sustento. Através do que ensinou, Elis pode ajudá-los a mudar um pouco esse cenário.

A Radical comenta também o quanto eles são carinhosos e amorosos.

“Eles são muito especiais e foram muito amorosos conosco. Foi muito especial para nós estar com eles, ensinando um pouco, mas principalmente sendo aceitos por eles, sendo amados e obtendo a confiança deles. Porque para a gente já é muito difícil confiar em alguém, ainda mais alguém diferente, de uma cultura diferente, que você não consegue se comunicar direito. Mas eles confiam. Pra mim, isso só pode ser Deus, porque todos são muçulmanos e confiaram em mim, uma cristã que falava de Jesus Cristo. Isso foi muito bom”, relembra.

Ao retornar ao Brasil, Elis está pronta para se envolver mais com esse ministério. Já sendo Técnica em Enfermagem, depois das experiências no campo, decidiu fazer uma faculdade de Pedagogia, pois reconheceu o trabalho importante que é realizado na educação. Além disso, também procurou iniciar um curso de Libras, para poder conseguir se comunicar com surdos que existem aqui no país.

Os deficientes auditivos são um povo não alcançado, devido à falta de conhecimento de pessoas que possam se comunicar com eles. Mas Elis se colocou à disposição de Deus para contribuir e mudar esse cenário, através da educação e do aprendizado da Língua de Sinais.

Se você sente também o chamado de Deus para ir ao campo, não deixe de se inscrever no programa Radical. Permita que a chama missionária se mantenha acesa em seu coração. Transforme o Mundo com a Alegria de Jesus sendo um Radical!

Para ler a primeira parte da entrevista e outros depoimentos, clique aqui.

 

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por Jamile Barros