Ser mãe é um desafio em todos os povos, e em todas as culturas. Vivemos focadas em  suprir as necessidade de um  ser que, desde nosso útero, passamos a amar incondicionalmente. Algumas mães, por razões inexplicáveis ou diante de traumas e sofrimentos, abandonam seus filhos;  carregando em seu interior um insuportável sentimento de vazio. Algo falta. Algo foi perdido. Se privou ou foi privada de viver um imenso e puro amor! 

No entanto, existem mulheres que buscam forças para serem e se manterem mães, mesmo em situações onde pensamos ser impossível.

Aqui onde trabalhamos, convivemos com dezenas de mulheres aglomeradas na maior prisão feminina do país. Vivendo em situação de luta por sobrevivência,  cultivando um sonho de liberdade em meio a um sistema de justiça lento e corrompido.

Ali vivem mulheres com histórias e realidades diferentes, porém com o fato comum de estarem ali cumprindo uma pena. Para nossa surpresa, ao entrarmos nas alas femininas, ouvimos risos e choros de crianças!

Pensamos: Crianças em prisão?

Não. Mães em prisão!

Corpos aprisionados, mas vivendo um amor materno livre. Optaram em permanecer com seus filhos ou porque foram abandonadas por suas famílias ou porque as mesmas não tinham condições mínimas de lhes assistirem. Se negaram a dar ou abandonar seus filhos.

Não nos cabe aqui  julgar se esta era ou não a melhor decisão que poderiam ter tomado, mas nossa finalidade é enfatizar que cada uma optou pelo duplo desafio: viver aprisionada  e ser mãe.

Algumas destas mulheres chegaram ali grávidas e , literalmente, tiveram seus filhos em um chão de prisão. Mas, mesmo em situação de insalubridade, de privação completa de necessidades básicas, da perda de sua identidade moral e social, tratam seus filhos com amor.

Agradecemos a Deus pelas mães em prisão.

Neste dia das mães, queremos apresentar a vida de cada uma delas em oração.

Que o amor de mãe as aproximem do amor de Deus!

 

Ana Fernandes
Missionária na República da Guiné

 

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