Hoje quero compartilhar um testemunho, uma Marca da Compaixão:

 

“Parecia que aquele seria o último dia da minha vida! Perdi muito sangue devido a um parto mal sucedido que fizeram em mim. Lembro, vagamente, de minha mãe lutando como uma leoa, dizendo aos enfermeiros que o nosso dinheiro tinha acabado, e que eles não poderiam me deixar naquela situação. Eles simplesmente viraram as costas e a deixaram falando sozinha. Depois daquilo, não vi mais nada.

Não sei exatamente quanto tempo eu fiquei desacordada, mas ao acordar percebi que tinha um homem branco dentro da sala. Ele falava com os enfermeiros e dizia que, a partir daquele momento, eu era de sua responsabilidade, e que me levaria para a capital do país a fim de ser atendida em um hospital evangélico. 

Os enfermeiros discutiam, mas ele se mantinha calmo e falava que assumiria todos os custos e se responsabilizaria por minha vida. Enquanto traziam um papel para aquele homem branco assinar, a minha mãe entregava para um primo meu o corpo do meu filho, morto no parto. Fechei os olhos para não presenciar aquela cena. Minha mãe estava muda naquele momento, e o homem branco assumiu o controle de nossos destinos. Ele me tomou em seus braços, pois eu não conseguia andar. O sangramento não cedia, mesmo assim ele me acomodou na parte de trás do carro da Missão Batista em Bafatá e saiu acelerando rumo à capital.

O homem branco dirigia calado. Eu não sentia mais as pernas e, por diversas vezes, apaguei. Acordei mais uma vez e ouvi aquele homem branco chorar baixinho, pedindo a Deus que me livrasse da morte. Lembro-me dele como se fosse hoje. 

O enfermeiro Ruan, do Hospital Evangélico Casa Emanuel, nos esperava e mais uma vez desmaiei nos braços daquele homem branco. A partir dali o Ruan assumiu a situação e disse que eu precisaria de sangue, pois estava muito fraca. Foram várias bolsas de sangue, soro, vitaminas, e após 10 dias tive alta daquele hospital. O homem branco foi me buscar, juntamente com minha mãe. Ele pagou toda a conta do hospital e voltamos para Bafatá.

Eu tinha muito ódio no coração porque o meu então namorado me engravidou e na hora de assumir a responsabilidade simplesmente sumiu. Mas, naquele dia, eu ganhei um verdadeiro pai. Aquele homem branco nos visitava, juntamente com sua esposa, a Dra. Elaine Cristina Ovando. Eles oraram por mim, várias vezes, e a doutora me ajudava com um dinheirinho para eu comprar amendoim e vender na feira.

Após quatro anos, o meu namorado voltou e disse que queria se casar comigo. Fomos até a casa do meu novo pai e ele deu um sermão no meu namorado por me abandonar. Ele aceitou meu casamento e hoje vivo com meu esposo há vários anos. Temos uma filha e nos convertemos verdadeiramente ao Evangelho. 

Tenho uma família honrada, e não guardo mais ódio em meu coração. Peço a Deus para guardar o meu pai, Freddy Ovando, aquele homem branco que cuidou de mim na hora que a morte tentou me levar. Eu sou a Kunsa, esposa do Midana, e mãe da Abene. Sou uma mulher balanta* que conheceu a Jesus, verdadeiramente, através da dedicação e do cuidado de um homem branco por mim”.

Agradeça a Deus pela vida da Kunsa e toda a sua família. Agradeça por termos tido a oportunidade de apresentar-lhe a compaixão de Jesus, e também porque fomos instrumento de Deus para que ela e toda sua família tivesse sua vida transformada.

Neste momento, também conto com suas orações pela minha família: a saúde da minha esposa, a missionária Elaine, pelos estudos da Isabela e pela vida do Breno que está em fase de alistamento no Exército. 

Sobre a obra missionária, interceda pela região de Bambadinca e a conversão de outras etnias não-alcançadas aqui. Ore pelo nosso futuro projeto, por sabedoria e pela provisão do Senhor. Interceda pela obra missionária na Guiné-Bissau e em todo o mundo, bem como pela Junta de Missões Mundiais, seu diretor executivo, gerentes de missões, coordenadores e colaboradores, para que sejam sempre instrumentos de Deus.

Continue compartilhando de Jesus, viva a compaixão.

Freddy Ovando

Missionário na Guiné-Bissau

ADOTE O MISSIONÁRIO

 

*Os Balanta são um grupo étnico que pode ser encontrado no Senegal, Gâmbia e na Guiné-Bissau. Na Guiné-Bissau, eles formam o maior grupo étnico do país, representando um quarto da população.