Desde o dia 7 de fevereiro deste ano, data que marcou o fim da ditadura Duvalier e se tornou o dia da posse dos novos presidentes eleitos democraticamente, o Haiti está novamente enfrentando uma onda de protestos, manifestações e instabilidade.

Liderados pela oposição de extrema esquerda. Os manifestantes, de maioria partidária e membros de organizações afiliadas ou subsidiadas por esses partidos, deflagraram o que eles mesmos batizaram de "OPERATION PAYS LOCK", ou seja, a Operação País Fechado.

Há dias que escolas, bancos, órgãos de governo, comércio, transporte de pessoal e de carga/logística estão fechados ou funcionando precariamente.

Os manifestantes reivindicam o veredito quanto ao processo de investigação de um dos maiores escândalos de corrupção do País, a PetroCaribe, bem como medidas para conter a alta do dólar (U$1=HTG81), alta do preço dos combustíveis, que sofreu o fim dos subsídios a mais de um ano, e a saída do atual presidente.

O que se tem visto nas ruas, redes sociais e na mídia local é um clima de insegurança e o aumento da instabilidade política e social sem previsão de término.

Há 16 meses foi encerrada a Missão de Paz da ONU no Haiti, liderada pelo Brasil. Desde antes, essa já era uma realidade prevista e temida tanto pela população haitiana, quanto pela comunidade internacional.

Nosso clamor e súplica a Deus é para que o Estado, os partidos políticos, a Sociedade Civil Organizada, o Empresariado e, sobretudo, a Igreja Haitiana sentem à mesa a fim de construírem, por eles mesmos, sob a benção do Pai, um novo Haiti!

André Bahia
missionário no Haiti

 

Nota oficial

Nas últimas semanas as manifestações no Haiti se intensificaram com saques, fechamento de vias e corte de distribuição de combustível. As embaixadas recomendaram a saída dos cidadãos e retiraram seus funcionários. Diante da situação seguimos o protocolo de segurança. Na manhã deste domingo (17) retiramos nossos missionários e familiares do país. Todos se encontram bem e em segurança na República Dominicana, país vizinho.

Peço que orem por eles, pela resolução da situação no Haiti e para que as pessoas beneficiadas com o trabalho de Missões Mundiais no país, não sejam prejudicadas.

 

Pr. João Marcos Barreto Soares
Diretor Executivo de Missões Mundiais