Talvez você imagine que plantar igrejas no Oriente Médio seja uma tarefa difícil por causa do perigo real de perseguição. Mas quando conversamos com nossos irmãos nativos, que trabalham conosco nessa tarefa, ficamos surpreendidos com respostas como esta:

“Embora seja mais seguro começar uma igreja no Ocidente, na verdade pode ser mais simples plantar uma no Irã. Vá a uma conferência de plantadores de igrejas na América do Norte e você ouvirá sobre orçamentos, programas, campanhas de marketing e a necessidade de um bom conjunto de adoração. Participe de uma conferência para iranianos e você terá uma imagem muito diferente: falarão sobre começar compartilhando Cristo com amigos e familiares, reunindo novos crentes para um ensino bíblico semanal e comunhão, e então encorajando e orando com eles para que compartilhem com seus amigos e familiares”.

É preciso levar em consideração que plantar uma igreja no contexto muçulmano não é igual ao que estamos habituados no Brasil, onde precisamos de uma quantidade de membros, concílio, templo etc. No Oriente Médio, assim como em quase todas as demais regiões da Ásia, consideramos uma igreja quando ela tem um pastor (líder), está se reunindo regularmente, não necessariamente em um templo, e se multiplicando em outros grupos e lugares.

E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos. (Atos 2.47b)

Veja o exemplo do casal que chamaremos aqui de D* e F* (mantivemos os nomes em sigilo por questões de segurança). Eles se converteram a Cristo, terminaram o treinamento bíblico em 2019 e depois foram para uma cidade profundamente islâmica.

“Começamos com duas pessoas que eram cristãs, mas não tinham ensino da Bíblia ou um exemplar. Mesmo assim, começamos o processo de discipulado. Em seguida entramos em contato com nosso parceiro e as bíblias necessárias nos foram enviadas. Nós os encontrávamos semanalmente e estudávamos a Palavra do Senhor. O Pai nos abençoou e agora temos 20 crentes fiéis”, compartilhou D*.

Ele ainda nos explica como cresceram em um ambiente tão hostil, e diante de tanta perseguição:

"Temos um ditado em nossa igreja, e começamos cada culto com todos afirmando isto: ‘não estou aqui como um assistente de banco’. Em outras palavras, todos estão se lembrando de que estão aqui para servir ao Senhor. Aprendemos a usar todas as oportunidades para compartilhar a mensagem de Deus, mesmo quando parado em um semáforo ou fora de uma mesquita ou santuário islâmico".

J* é outro plantador de igrejas que começou uma rede com uma família e agora supervisiona mais de 20 igrejas domésticas.

"Nossas igrejas crescem por meio de nossos membros. Começamos com uma família, em Teerã. Nós os visitávamos, em sua casa, para adoração e comunhão. Ensinamos a eles a Bíblia e os encorajamos a compartilhar Jesus com suas famílias e amigos. Eles o fizeram e a igreja cresceu".

Ele conta que em outra região ocorreu um avanço extraordinário: “Uma nova crente me ligou para pedir ajuda; ela estava de férias, com 20 membros da família, e estava tentando testemunhar para eles, mas por ser tão nova na fé estava enfrentando alguma dificuldade. Então, dirigi por algumas horas e tive uma audiência atenta a mim durante várias horas. Compartilhei meu testemunho e duas das jovens começaram a chorar. O Senhor estava ali, operando nos corações, e sete delas entregaram suas vidas a Cristo naquele dia. Assim, nós enviamos duas de nossas líderes para ensiná-los e discipulá-los, e agora há sete igrejas caseiras em sua cidade e mais de 100 crentes".

Muitos estão sendo alcançados e as bíblias e Novos Testamentos enviados dão a essas pessoas a chance de estudar a Palavra de Deus em sua própria língua. Tem sido uma bênção. Ore pelos nossos irmãos que, mesmo em meio aos riscos, continuam a compartilhar a Palavra!

 

Pr. Jessé Carvalho
Coordenador da JMM para o Oriente Médio, Norte da África e Sahel Africano

 

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