O silêncio foi interrompido pela pergunta da Bel: "Você prestou atenção no rosto do João durante a ceia? Ele estava com os olhos cheios de lágrimas e ouvi-o falar, bem baixinho, que há anos, desde a última vez que participou da ceia, não se emocionava”. O João é um jovem estudante indonésio que veio estudar numa universidade da nossa cidade. Ele já conhecia o Senhor há algum tempo, mas por conta da pandemia e de não conhecer muitas pessoas na cidade não participava da reunião presencial. Nós o conhecemos por meio de um outro amigo, e ele, agora, faz parte do nosso grupo. João achou que fora abençoado com a oportunidade de celebrar a ceia conosco, mas a verdade é que ele nos abençoou e nos encorajou de uma forma extraordinária naquele dia.

Nossas reuniões em pequenos grupos acontecem há mais de dois anos e sofremos com as restrições que temos por aqui. Queremos fazer mais e, não raro, pensamos que fazemos muito pouco. Somos tentados a desanimar e nos sentir culpados, de alguma forma, por não ter mais frutos. Mas, ao mesmo tempo, o Senhor da seara não nos abandona e encontra diferentes formas de nos lembrar da direção: “a tarefa de vocês não é fazer, mas ser. Permaneçam e vocês vão presenciar o que Eu faço por meio dos meus.” E essas são nossas, mas foram plantadas em nosso coração por Deus.

Naquele dia em que o João se emocionou com um simples suco de uva e um pedaço de pão, fomos lembrados que nosso grupo não era pequeno; não se reuniam ali pessoas com restrições; não éramos perseguidos; ali estava a reunião do corpo de Cristo, que venceu a morte e vivo está! Ali estavam pessoas que amam a Jesus e que, juntas, são sinal do amor e da graça dEle vivendo a simplicidade da emoção de celebrar com o vinho e o pão que sinaliza a vitória da nova aliança, da vida e da comunhão

O sentimento de parecer fazer “pouco” pode também afetar você. Achamos que nossa oferta é pouco, nosso conhecimento da Palavra é limitado, nosso tempo é escasso, que não estamos crescendo na fé ou como pessoas. Esse é o tempo em que precisamos abrir os olhos e ouvidos e atentar aos sinais e ao cuidado dEle sobre nós. Siga em frente fazendo o pouco (ou muito); a obra é dEle, o crescimento é dEle, os resultados são dEle. Nós somos dEle!

Que você e sua família sejam abençoados e encorajados diariamente pela boa mão do nosso Pai, pela comunhão do Espírito e pela graça do Filho.

Ael Oliveira

Missionário no Leste da Ásia