A nossa congregação aqui no Leste Europeu é composta por várias famílias desestruturadas. Somos cerca de 180 pessoas, sendo que 50% vêm de um contexto desafiador: crianças crescendo num ambiente de alcoolismo, ou cujos pais trabalham fora do país e são cuidadas pelos avós, ou nas ruas. Como muitos jovens se converteram e foram batizadas, foi crescendo a necessidade de estudar a ideia do modelo de família bíblica, algo que muitos não viram dentro de casa. Em fevereiro, começamos a nos organizar para fazer algo parecido uma vez por mês. Além disso, começamos vários grupos pequenos em que os casais podem orar juntos, estudar a Palavra, apoiar um a outro e assim por diante.

No primeiro trimestre do ano, celebramos seis anos de existência do Centro Social de Criança. Como vivemos em meio a famílias desestruturadas, procuramos focar nas crianças em necessidade e nas mães sozinhas. Como resultado, temos cerca de 40 pessoas integradas na igreja. Muitas delas já se converteram e foram batizadas. Na celebração que fizemos, participaram cerca de 150 pessoas, entre crianças, pais e avós, e nossos líderes. Ficamos imensamente felizes em ver que a maioria da equipe de liderança é composta da juventude que veio deste projeto.

Um desses jovens é o Caio. Aos três anos, seu pai o abandonou. A mãe logo encontrou outro homem. Depois de alguns anos ela engravidou e deu à luz a outro menino. Quando o seu irmão nasceu, a família se mudou para o apartamento do padrasto. Mas a alegria logo passou. O padrasto começou a beber. Como resultado, começou a bater na mãe e no filho dela. Inicialmente, Igor tentava lutar contra o padrasto. Mas cedeu e foi para as ruas. Os vizinhos adolescentes se tornaram seus melhores amigos e sua nova família.

Tudo se agravou quando Caio se mudou para a casa da avó. Não havia limites. O abismo estava próximo. Sua mãe decidiu abandonar o marido viciado. Deixou o filho caçula com a mãe do esposo e foi para a Itália, a fim de sustentar os seus filhos e ter uma vida melhor.

Caio cresceu aprendendo boas maneiras; um rapaz muito simpático e educado. Aos 15 anos juntou-se a mamãe na Itália, ficando na região mais pobre do país. Aprendeu o italiano e foi estudar na escola. Mas a vida por lá não o agradou. Sentia saudades da cidade e dos seus amigos.

Aos 17, voltou para a Ucrânia e foi morar na casa de um amigo seu chamado Ricardo. Pela providência de Deus, Ricardo morava próximo da nossa igreja e fazia parte do trabalho com as famílias desestruturadas. Já era convertido e se preparava para o batismo.

Assim, Caio, aos 17 anos, morando na casa dos estranhos, sem pai e mãe, pela primeira vez na vida entrou numa igreja protestante. Agora, encontrara algo diferente, totalmente novo do que vivera. Ele não lembra o dia da sua conversão, mas recorda-se muito bem como a vida de seus amigos adolescentes o impactou. Lembra-se de como eram antes de conhecerem a Cristo. Agora, depois da Itália, ele os encontrou diferentes. Cerca de 10 deles foram batizados em nossa igreja.

A partir de então, três vezes por semana Caio estava na igreja. Observando, ouvindo, participando... No ano passado, durante o acampamento de verão, ele se rendeu a Cristo por completo, para a honra e glória de Deus. Uns meses atrás, tomei café com ele que hoje está com 19 anos e atualmente trabalha com fotografia e vídeo. Está namorando com Christina, a menina mais bonita da nossa igreja e, juntos, os dois se preparam para o batismo, em julho.

Caio ainda tem muitas perguntas, várias lutas e dúvidas, mas está no caminho certo e estou perto para acompanhá-lo. Há dois anos ele estava perto do abismo. Mas Deus o salvou! As orações e doações o salvaram! Faça a Terra se alegrar! Faça mais jovens como Caio se alegrar!

Ore pelo ministério de estudo de família bíblica, pelo crescimento espiritual de Caio, pelas crianças e famílias do Centro Social de Criança e pelos planos missionários que temos para o mês de junho.

 

Anatoliy Shmilikhovskyy

Missionário do Leste Europeu

 

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