Entre os dias 14 e 20 do último mês, realizamos um acampamento de futebol para crianças ucranianas refugiadas, na cidade de Varsóvia, na Polônia. Cerca de 115 famílias, ou mais de 500 pessoas, foram colocadas no mesmo hotel, em um dos subúrbios da cidade, e ficamos impressionados quando descobrimos a quantidade de crianças. No território do hotel foi permitido colocar uma grande tenda e, a cada manhã, o missionário Sasha Ilin, um ucraniano que vive em Varsóvia há mais de 25 anos, realizava os cultos e cuidava de toda essa gente. Eis as histórias de alguns.

Lera é uma jovem, de 15 anos, muito rebelde. A guerra chegou a sua cidade, Dnipro, no início de março, e ela com sua mãe e irmão mais novo fugiram para a Polônia. Como ela disse, a vida fora da sua cidade era “um saco” e não tinha muita vontade de viver. Mas, a graça de Cristo tocou o seu coração. Lera ficou “colada” com a gente durante os sete dias. Tudo o que ela queria era conversar e desabafar. A graça de Deus a tocou. Lera agora é filha de Deus.

San Sanych tem 70 anos e é ex-jogador profissional de futebol. Sempre viveu em Mariupol e trabalhou, na juventude, como treinador de futebol. O conheci em 2018, quando um time de jogadores esteve em Mariupol. Em dezembro de 2021, ele acabou a reforma de sua casa, mas os russos trouxeram a guerra. Nas primeiras duas semanas, San ficou em casa. Após perder sua casa, totalmente destruída pelos russos, no mesmo dia ele aceitou a Jesus com seu Senhor e Salvador

Helena tem 45 anos. Ela é de Donetsk. Uma semana antes do nosso acampamento, o seu filho, de 28 anos, faleceu de câncer. Sasha, minha esposa, trabalhou com seu filho. Antes da morte ele aceitou a Jesus. Helena nunca entrou numa igreja. Mas, por respeito ao filho, participou do culto. Ao final, ela queria dar um abraço na equipe brasileira. Aí aconteceu algo inesperado: uma das voluntárias brasileiras, Lilian, pediu permissão para dar um abraço nela. Helena prontamente aceitou. Todos começaram a chorar. Confesso: fisicamente sentimos a presença de Deus. Algo tão simples – um abraço.

Alex tem 16 anos e é de Dnipro. É um excelente goleiro. Filho de uma família cristã. Ao final, a sua palavra mexeu conosco: “No dia 24/02, Putin roubou o meu sonho. Hoje, vocês o devolveram. Agora eu sei que Deus não nos abandonou”.

Por favor, continue orando por Lera, San Sanych, Helena e Alex. Na Ucrânia há milhares de histórias parecidas. Clame para que a graça divina alcance ainda mais vidas!

Anatoliy Shmilikhovskyy

Missionário na Ucrânia

 

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