“As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas”, (2 Coríntios 10.4).

Era sábado, 06/09, e passava das 20h, quando os sinos da igreja de São Bernardo começaram a tocar, dando início a uma festa que acontece há mais de 500 anos em Vigevano: a “Queima do Diabo”. Centenas de pessoas, dentre elas muitas crianças, segurando bolas de gás vermelhas com desenhos de diabinhos, se aglomeravam em busca da melhor posição para assistirem ao macabro espetáculo. O boneco, de quase três metros feito por um artista plástico vigevanese, no dia anterior percorreu o centro histórico e as principais ruas numa procissão em carro aberto. 

A “Queima do Diabo” acontece na primeira semana de setembro e é um dos eventos mais aguardados na cidade, sinalizando o final do verão. A festa, com direito a uma “entrevista com o diabo”, tem o seu auge quando o boneco é queimado. Segundo a tradição, se o fogo o consumir totalmente e as chamas subirem bem alto, a cidade terá um ano de prosperidade. 

Realidades como esta demonstram que estamos numa batalha e que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos (2 Coríntios 4.4). Mas, também nos lembram que temos os recursos espirituais à nossa disposição para vencê-los, como diz o texto bíblico que abre esta carta. 

Com pouco mais de 63 mil habitantes, Vigevano é a 12ª cidade mais populosa do Estado da Lombardia. É possível contar 25 igrejas católicas, as evangélicas (que se reúnem em pequenas salas ou mesmo em casas) não chegam a 10, que juntas contam com aproximadamente 500 membros e participantes regulares. Os Testemunhas de Jeová são em grande número e a população muçulmana cresce sempre mais. Esse cenário nos leva a clamar pela cidade e a investir em estratégias de evangelização. Mas sabemos que sozinhos não faremos muito. 

Com essa visão, estamos envolvidos em um movimento para aproximar as igrejas evangélicas de modo a enfrentar os muitos desafios de evangelização na cidade. Em julho, realizamos um encontrão com 12 pastores e líderes, e em agosto, outro, desta vez com novos participantes. A troca de experiências tem sido importante e ajudado a todos a pensar em estratégias para anunciar o Evangelho em Vigevano. 

Em nossa igreja, atualmente estamos empenhados na implementação do que, no Brasil, é conhecido como Casas de Paz — uma estratégia evangelística e de discipulado baseada no capítulo 10 de Lucas, onde duplas de discípulos são enviadas para visitar lares com o objetivo de compartilhar a palavra de Deus, orar por necessidades e identificar pessoas receptivas ao Reino de Deus. 

Esta é uma iniciativa que visa estabelecer bases para a realização de estudos bíblicos (em casas e outros locais) com o objetivo de iniciar pequenos grupos. Não está fácil conseguir as “casas de paz”, pois na Itália as pessoas são receptivas com os mais íntimos. Porém, temos insistido e falado com a igreja que é preciso vencer essas barreiras para irmos até onde as pessoas estão. 

Contudo, também as convidamos a estar entre nós. Por exemplo, no segundo domingo de setembro realizamos, após o culto, um jantar “ágape”, e no último sábado as mulheres realizaram mais um chá com as amigas. Programações como estas são importantes para fomentar a comunhão na igreja e excelentes oportunidades para compartilhar as boas-novas com os amigos e convidados. 

À luz destes relatos, deixamos então alguns motivos para que você e a sua igreja se juntem a nós em oração: 

• pelas igrejas e pela obra de evangelização em Vigevano; 
• pelo projeto Casas de Paz que estamos implementando; 
• pelos programas da nossa igreja, para que sejam meios de anunciar Cristo; 
• pela saúde física, emocional e espiritual da nossa família (também o filho e a nora, que estão nos Estados Unidos). 

Ao nos despedirmos queremos agradecer aos nossos amigos, intercessores e mantenedores pelo apoio, o cuidado e a parceria. 

Juntos vamos continuar combatendo com as armas de Deus, para que Jesus seja anunciado em terras italianas e em todo o mundo! No Amor do Pai, Vamos Completar a Missão! 

Pr. Luiz Cláudio Marteletto

Missionário na Itália