No dia 20 de agosto, no templo da PIB em Laranjal, São Gonçalo/RJ, o Pr. Diné René Lota pôde, juntamente com sua família, irmãos e amigos, cultuar ao Senhor pelos seus 46 anos de consagração ao ministério pastoral.

Foi uma linda celebração ao Senhor, onde Diné, ao lado de sua esposa, irmã Leila, seus filhos, Pr. Dinê e Leilane, e seus netos agradeceram a Deus por sua trajetória ministerial, parte dela servindo aos batistas brasileiros como missionários de Missões Mundiais.

Houve diversas homenagens e expressões de gratidão das igrejas por onde Pr. Diné Lota passou. Os louvores ficaram por responsabilidade da orquestra da PIB do Laranjal, conduzida com maestria pelo Ministro de Música Urgel Lota, irmão do Pr. Diné, e de músicos convidados.

Missões Mundiais foi representada por seu Diretor Executivo, Pr. João Marcos B. Soares, que trouxe uma palavra de saudação e gratidão pelos anos de serviços prestados pelo casal Diné e Leila como missionários, em Portugal e no Canadá. João Marcos expressou sua alegria, pois além de missionário aposentado da JMM, Pr. Diné também foi seu pastor e de sua família. Para marcar a data, o Pr. João Marcos concedeu, em nome de Missões Mundiais, uma placa comemorativa pelos 46 anos de ministério do Pr. Diné.

Trajetória
Diné René Lóta nasceu no dia 21 de novembro de 1953. Filho do ferroviário Rubem da Silva Lóta e da doméstica Iracy Ferreira Lóta. Foi o terceiro de cinco filhos do casal. Nasceu na pequena Cachoeiras de Macacu, cidade no sopé da serra de Friburgo/RJ, onde a Estrada de Ferro Leopoldina tinha uma de suas oficinas de manutenção na linha de Cantagalo. Rubem era aí ferreiro-fundidor trabalhando na oficina dessa companhia de caminhos de ferro.

Rubem era filho do Pr. José Galdino da Silva, também conhecido como José Lóta. Pr. José Lóta foi um dos pioneiros do trabalho batista no interior do estado do Rio, justamente na região serrana que vai de Nova Friburgo até São Fidélis, na região serrana entre Cachoeiras de Macacu e Macaé), plantando várias igrejas nessa região, sendo uma das últimas a PIB de Cachoeiras de Macacu. Portanto, Diné é neto de um dos pioneiros do trabalho batista no estado do Rio.

Leila nasceu no dia 15 de abril de 1952, filha da professora Lucy da Motta Delgado e de Jair Dias Delgado, funcionário de uma companhia de cimento em São Gonçalo/RJ. Era a segunda filha do casal que, ao todo, teve seis filhos: Neiva, Leila, Glaucia, Ronaldo, Jarluce e Claudia. Tanto a família Motta quanto a família Delgado receberam e hospedaram inúmeras vezes pastores e missionários que se deslocavam, no início do século 20, da capital do Estado para os interiores, usando seu lar como ponto de paragem e descanso para esses obreiros incansáveis. Eram grandes apoiadores do trabalho missionário.

Diné foi criado na PIB de Cachoeiras de Macacu, junto com sua família. Seus pais Rubem e Iracy e seus irmãos, Urgél, Cidele, José Francisco e Rubem Cléviton. Quando criança ouviu muitas histórias do vovô Zé Lóta, missionário desbravador da região e, influenciado por elas, sonhou em ser pastor e missionário um dia, sonho esse que ficou adormecido na fase da adolescência. Foi batizado aos 12 anos na PIB de Cachoeiras de Macacu pelo Pr. Isaias Moreira de Frias.

Leila foi criada na Igreja Batista do Laranjal e com cerca de 4 anos cantava em dueto com sua irmã mais velha, Neiva. Esse dueto ficou muito conhecido no meio evangélico brasileiro lá pelos anos 1960 a 1980 como o dueto Leila e Neiva. Durante sua carreira como cantoras gravaram cerca de 4 discos, o que era um feito e tanto para a época em se tratando de música evangélica. Podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que Leila era famosa!

Diné conheceu Leila na infância quando ela foi cantar em sua igreja. Mas Leila não conheceu Diné. A fama tem dessas coisas.

Quando Diné tinha cerca de 12 anos a sua família se mudou para São Gonçalo, onde havia mais oportunidades de emprego para Rubem, uma vez que a Estrada de Ferro da Leopoldina estava fechando sua oficina em Cachoeiras de Macacu. Inicialmente foram morar em Santa Luzia e depois em Laranjal, indo congregar na igreja onde Leila era membro e fora batizada aos 8 anos pelo Pr. Aylpton de Jesus Gonçalves (pronunciasse Ailton).

Os dois foram alunos do Colégio Batista de Laranjal (mantido pela igreja) onde se conheceram e se tornaram grandes amigos, amigos confidentes.

Ambos eram muito bons alunos e se destacavam pelas excelentes notas. Diné destacou-se desde cedo como orador tendo sido orador de todas, isso mesmo, todas as suas turmas de estudo, desde o pré-escolar até o Seminário.

Na adolescência, Diné deixou o sonho do pastor e missionário para lá e queria ser engenheiro. Era bom na área de exatas lidando muito bem com números. Leila era muito boa na área de português e línguas estrangeiras.

Diné tinha pavio curto (ele mesmo atesta isso) e Leila era metida (perguntem a Diné sobre isso). Mas a graça de Deus começou a tocar seus corações e a transformá-los.

Em um domingo de campanha missionária, Pr. Aylpton pregou uma mensagem que visava despertar vocacionados para a obra pastoral e missionária. Diné foi profundamente tocado naquela manhã, mas ficou aliviado quando o culto acabou pensando que não tinha sangue de barata para ser pastor. Ao voltar para o culto da noite estava contente porque normalmente o culto da noite era evangelístico e ele estava a salvo do perigo de se render a Deus pelo qual passou de manhã. Qual não foi a sua surpresa quando o Pr. Aylpton começou a pregar um sermão semelhante ao da manhã. Seu coração começou a palpitar e ele ficou desesperado. No fim do sermão, o pastor fez um apelo para quem quisesse dedicar sua vida ao ministério pastoral, talvez um dos mais demorados do qual Diné se lembra. Na última estrofe do Hino 298 do CC “Estou Pronto”, Diné não resistiu ao chamado de Deus para a sua vida e foi à frente. Ao chegar, Pr. Aylpton o abraçou e disse ao seu ouvido: “Agora posso terminar o apelo”.

No dia seguinte Diné estava se matriculando no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Diné tinha 18 anos! Eram os idos de 1972!

Leila quis seguir os passos da mãe e foi estudar para ser professora. Passou no vestibular da UFF para estudar Português – Inglês e havia feito o normal superior o que a possibilitava já concorrer aos concursos para ser professora. Passou tanto em nível estadual como no município.

Diné propôs namoro a Leila de surpresa. Leila levou um susto, porque Diné era seu grande amigo. Leila achou que não daria certo. Mas Diné lançou seu charme e disse a sua célebre frase: “Um grande amor nasce de uma grande amizade”! Ela não resistiu!

Muito bem. Em meados dos anos setenta temos um casal de jovens crentes, começando seu namoro e traçando seus planos. Ela professora e ele querendo ser engenheiro. Até Deus entrar no circuito como já vimos.

Complicado foi dar a notícia do chamado de Deus para Leila. Diné contou a ela todo feliz e ela virou para ele e disse: “Eu não tenho a menor vocação para ser esposa de pastor”.

Diné começou seus estudos teológicos e Leila trabalhando muito. Deus foi trabalhando no coração de Leila e mudando seu pensamento.

Diné e Leila se casaram no dia 18 de janeiro de 1975. Diné estava iniciando o último ano do seminário. Leila trabalhava em vários lugares dando aula. Foi ela quem sustentou o casal nesse início do casamento e Diné não tem vergonha disso pois Deus colocou na sua vida uma mulher de fibra, decidida, perseverante e que nunca negava trabalho.

Estando ainda no seminário, Diné conseguiu um emprego no Banco Mercantil de São Paulo que lhe ajudou imensamente no início do casamento. Esse emprego foi a última tentação para Diné perceber que Deus o queria no ministério a tempo integral pois começou a ganhar um bom dinheiro e teve a oportunidade de fazer carreira e até ficar rico, mas não era isso que Deus queria. O trabalho no Banco Mercantil aconteceu por 7 meses durante o seu tempo como pastor no Barreto – ano de 1976.

No último ano do seminário, em 75, logo depois de casar, um colega precisava de alguém para substituí-lo na congregação em que estava porque havia recebido um convite para assumir uma igreja. Era a Congregação Batista do Barreto, em Niterói, plantada pela PIB de Niterói. Diné foi, a congregação gostou e tudo foi formalizado para que Diné se tornasse o obreiro da congregação.

A igreja foi organizada e Diné foi um dos membros fundadores da igreja e seu primeiro pastor. Tinha ele os seus vastos 21 anos! Era o pastor mais jovem de todo o Brasil batista de então.

Leila se descobriu grávida nesse meio tempo, o que foi uma alegria para o casal e toda a família circundante. Ricardo Renê Delgado Lóta nasceu em fevereiro de 1976. Era o primeiro neto de Rubem e Iracy e o terceiro de Lucy e Jair. Que alegria!

Diné fez um excelente trabalho junto a IB do Barreto e logo foi indicado para participar de um processo de sucessão pastoral no Espírito Santo, mais precisamente em Cachoeiro do Itapemirim. Era corrido o ano de 1977.

Diné tomou posso na IB do Aquidabã nesse ano. Mas esse foi um ano trágico para o casal. Ricardo viria a falecer de morte súbita quando tinha cerca de 1 ano e 2 meses. Diné e Leila não estavam nem a seis meses na igreja… e como a igreja os abraçou e cuidou deles! Até hoje a IB do Aquidabã tem um lugar muito especial no coração de Diné e Leila, bem como o casal é lembrado com muito amor pela igreja. Diné ficou cerca de 3 anos na igreja, mas seu trabalho e dedicação marcaram a vida de muita gente até hoje. Diné já voltou à igreja várias vezes para realizar casamentos, bodas de ouro e série de conferências.

Quando Deus chamou Diné, chamou-o para o campo missionário transcultural. E Diné sabia disso. Mas Leila não sentia esse chamado. Diné orava por Leila para que Deus também a chamasse e isso aconteceu quando da passagem do Pr. Oswaldo Bomfim, missionário da JMM em Braga, Portugal, pela IB do Aquidabã. Na mensagem do pastor, Leila ouviu o chamado e disse isso ao Pr. Bomfim durante o jantar daquele domingo. Diné vibrou de alegria e ficou muito grato a Deus por ter ouvido suas orações! No dia seguinte Diné escreveu para a JMM se apresentando para o trabalho missionário, pasmem, no CANADÁ! Guardem isso!

O Pr. Waldemiro Tymchak era o recém empossado diretor da JMM e as tratativas de envio começaram a ser feitas. Diné e Leila compuseram a turma de primeiros missionários enviados ao campo sob a direção do Pr. Waldemiro.

Não, Diné e Leila não foram para o Canadá. No processo de envio, Pr. Waldemiro falou de uma necessidade que havia no arquipélago dos Açores, Portugal. Um obreiro estava saindo e a JMM precisa de alguém para substituí-lo. Seria temporário. No máximo dois anos. Diné e Leila se sentiram tocados pela situação e aceitaram o desafio.

Vale a pena ressaltar que nessa altura o casal não estava mais sozinho. Haviam tido seu segundo filho, Dinê Lóta. Dininho, como carinhosamente a família o chama, recebeu o nome do seu pai pelo simples fato de ter nascido no dia em que seu pai fazia 25 anos, ou seja, dia 21 de novembro de 1978. O casal considerou que Deus os estava presenteando de uma maneira especial em função da morte de Ricardo. Dinê era o filho da esperança, a renovação da aliança e do Seu amor pelo casal. Foi assim que Diné e Leila entenderam e se sentiram abençoados.

Sendo assim, em abril de 1980 o casal aportava na Ilha do Faial com Dininho ao colo, com cerca de um ano e meio.

Diné tomou posso da pequenina Igreja Evangélica Baptista da Horta que na altura não contava 10 membros. Seus primeiros dois anos de trabalho foram extremamente desafiadores. Diné estava acostumado a pregar e ver pessoas se convertendo praticamente todos os domingos. Gostava imenso de discipular os novos crentes, algo que lhe dá prazer até hoje. Mas no Faial as coisas eram diferentes. Durante dois anos Diné não viu uma viva alma se converter. Chegou a colocar em xeque seu chamado ministerial diante de Deus. Mas Deus foi misericordioso e a colheita começou a surgir.

Diné investiu pesado no treinamento de liderança e no trabalho com jovens e evangelização. Usava todas as formas possíveis que estivessem ao seu alcance – jornal, na igreja, distribuição de folhetos, evangelização pessoal, nas ruas etc. No dia do Juízo final o povo do Faial não poderá dizer que ninguém lhes falou de Cristo. Foi tanto assim, que o próprio padre da paróquia mandava o coroinha vigiar do outro lado da rua quem entreva e quem saia da igreja que já não pertencesse à igreja. Em pleno século 20, Diné sofreu perseguição religiosa, foi apedrejado, correu de cachorro que soltaram de propósito em cima dele e passou por outras situações, mas nunca teve do que se envergonhar pois manejava bem a Palavra da Verdade e sabia muito bem em quem tinha crido.

Leila não ficava por baixo. Tocava órgão na igreja, liderava os adolescentes, ensinava piano, e, no Faial começou a aprimorar os seus estudos de piano, quando a família fez um esforço e comprou um piano de armário da marca Kawai que até hoje está na família, na casa de Leilane.

Por falar em Leilane, a última integrante dessa família nasceu no dia 24 de outubro de 1981, no Faial. Era a menina dos olhos de mar, a menina que Diné tanto queria. Quando soube que a bebé de Leila tinha nascido e era uma menina, Diné vibrou de alegria e jogava Dininho para o alto no corredor do hospital gritando: “Nós temos uma menina! Nós temos uma menina!”.

Diné ficou no Faial até meados de 1983 quando, mais uma necessidade surgiu e a JMM pediu a Diné e Leila que ajudassem. Desta vez era perto. Seria uma mudança de ilha – do Faial para a Ilha Terceira. Diné tomou posse na Igreja Evangélica Baptista da Praia da Vitória em meados de 1983, provavelmente entre Junho e Agosto desse ano. A igreja da Praia tinha uma missão na única outra cidade da ilha, Angra do Heroísmo. Diné então se dividia entre a igreja na Praia e a Congregação em Angra que a essa altura já tinha salão de culto e uma frequência muito boa. Inicialmente a família foi morar na Praia da Vitória, mas logo se mudou para Angra, fazendo milhares de deslocamentos à Praia, tanto pelo litoral da ilha, como pela “Estrada do Mato”.

Diné e Leila trabalharam muito nestas duas congregações e Diné ainda deu apoio à igreja da Horta durante um certo período até que ela tivesse pastor.

Deus lhes deu a graça de verem vários portugueses entregando a vida a Jesus. Vários jovens foram impactados pela vida do casal e hoje, alguns deles são pastores, outros líderes e músicos em suas igrejas locais.

O casal ficou mais três anos aí, quando, mais uma vez chegou outro pedido da JMM para auxiliar outro lugar. Ainda era em Portugal, mas desta vez no continente. Tratava-se da Igreja Evangélica Baptista das Caldas da Rainha. Era corrido o ano de 1986.

Diné assumiu a IEB das Caldas em Agosto de 86. A Igreja tinha cerca de 52 membros e uma assistência dominical de cerca de 20 pessoas, quando muito.

Mais uma vez, Diné e Leila “arregaçaram as mangas” e começaram a trabalhar. Diné pregava, discipulava, evangelizava, ensina. Leila trabalhava com os adolescentes, tocava na igreja, regia o coro, estudava música em um conservatório em uma cidade vizinha, liderava a União Feminina… foram cinco anos de trabalho árduo. Nesse período, duas igrejas da região, Tremês e Santarém, ficaram sem pastor e Diné foi solicitado pela Convenção Baptista Portuguesa para assumi-las como pastor interino, para além de Caldas da Rainha que, pela ação do Espírito Santo, começava a crescer. Havia domingos que Diné pregava de manhã nas Caldas, corria de carro (literalmente) para pregar em Tremês (por volta das três da tarde) e corria depois para Santarém para pregar no culto das 19 horas. Foram tempos de muito trabalho, mas de muita colheita da ação do Espírito de Deus no coração dos portugueses. Em cinco anos de trabalho, de cerca de 52 membros, a igreja das Caldas tinha crescido para cerca de 104 membros. Diné e a liderança da igreja pleitearam junto à Câmara Municipal da cidade um terreno para a construção de um templo próprio e Deus lhes deu vitória. Começaram então a angariar fundos para a construção do novo templo e já tinham cerca de dois terços do valor para começar a obra. Mas Deus tinha outros planos!

No final de 1990 Diné recebeu uma sondagem da IB do Fonseca, em Niterói, pastoreada pelo seu pastor da infância, Pr. Isaías Moreira de Frias. Pr. Isaías estava se aposentando e indicou sua antiga ovelhinha para assumir a igreja.

Diné foi ao Brasil em janeiro de 1991 e passou 15 dias com a igreja. A viagem de ida para o Brasil foi marcante porque foi quando Diné percebeu claramente a vontade de Deus para que voltasse ao Brasil. Ele conta que, quando o avião começou a sobrevoar a costa brasileira na altura de Recife, o capitão da aeronave avisou os passageiros de que já estavam sobrevoando espaço aéreo brasileiro. Diné começou a vislumbrar as praias do nordeste e sua imaginação o levou até os mais longínquos rincões do nordeste onde ele sabia que o evangelho já havia chegado e Deus colocou no seu coração o hino “Meu Brasil, grande nação, pátria sublime” e ele começou a chorar. Naquele momento ele teve certeza de que Deus o queria de volta!

Resumindo a história, Diné tomou posse na IB do Fonseca no dia 24 de agosto de 1991. Seus primeiros anos foram anos de ajuste à igreja e da igreja ao novo pastor. Diné tinha apenas 38 anos, mas já contava com larga experiência ministerial tanto no Brasil quanto em campos missionários transculturais.

Diné ficou cerca de 15 anos e meio à frente da IB do Fonseca. Durante seu ministério, a igreja experimentou um grande crescimento em várias áreas. Diné levou a igreja a investir ainda mais em música percebendo o grande potencial que a igreja tinha, desenvolvendo o ministério a ponto de ter um ministro de tempo integral.

Fez o mesmo com a área de ensino. Desenvolveu o ministério de evangelização fortalecendo a congregação que a igreja tinha em Vila Ipiranga, uma favela grande do Fonseca. Diné levou a igreja a construir o templo próprio da Congregação que logo depois foi organizada com cerca de 120 membros. Diné também levou a igreja a abrir a congregação de Campo Novo. Envolveu a igreja com missões estaduais, nacionais e mundiais. Em certo ano, a IB do Fonseca, que nunca foi uma igreja rica, figurava entre as 10 maiores ofertantes para Missões Mundiais. Não era para tanto, seu pastor havia sido missionário dessa missão. Mas a igreja também apoiava fortemente missões nacionais e várias outras iniciativas.

O trabalho de capelania prisional foi estruturado na igreja com vários irmãos participando. A igreja tinha vários seminaristas no Seminário de Niterói e do Sul, sendo que vários deles apoiados com bolsa integral pela igreja. A igreja fazia várias viagens missionárias pelo estado e pelo Brasil, fosse com coral de adolescentes, com grupo de jovens, fosse com o coro principal da igreja. Diné se tornou uma referência no Brasil batista a ponto de ter sido escolhido várias vezes para compor a diretoria da Convenção Batista Fluminense, da Ordem dos Pastores Batista do Estado do Rio de Janeiro, da Juventude Batista Brasileira, e da Convenção Batista Brasileira.

Foi um orador muito requisitado para séries de conferências a ponto da igreja limitar as suas saídas para pregar, que envolvessem os domingos.

Durante seu ministério no Fonseca, teve como ovelhas vários diretores executivos de entidades da denominação (JUBERJ; JUMOC, Convenção Batista Fluminense; Convenção Batista Brasileira). Não era por menos - a igreja tinha bom púlpito e cooperava muito nos trabalhos denominacionais.

Durante seu ministério na IB do Fonseca, vários líderes da igreja se destacaram no cenário nacional por conta do impulso que Diné dava aos seus liderados e inspirados também pelo exemplo de serviço que Diné dava a eles.

Leila se dedicou a antigos sonhos quando a família voltou para o Brasil. Logo depois da chegada, prestou concurso para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio, passando no concurso e ficando lotada na comarca de Itaboraí onde trabalhou por cerca de 2 a 3 anos, conseguindo posteriormente uma transferência para a comarca de Niterói. Trabalhar na área do Direito, motivou Leila a cursar essa faculdade.

Pois ela estudou a finco e passou no vestibular na Universidade Salgado de Oliveira, onde se graduou Bacharel em Direito. Algum tempo depois, Leila foi diagnosticada com artrite reumatoide, doença que lhe causa alguns incômodos e limitações, mas que nunca a impediu de fazer nada. Entretanto, por causa da doença, foi aposentada pelo Tribunal, em 2006, visto que a doença a dificultava bastante de realizar a maioria das atividades que lhe eram inerentes.

Seus filhos se desenvolveram bastante nessa igreja e foi lá que Dininho sentiu o chamado de Deus para o ministério. Ingressou no seminário em 2003 e se formou em 2006. Durante esse tempo se casou em 2005.

Leilane entrou na faculdade de Medicina da UniRio em 1999 e de lá saiu médica, fazendo depois a especialização em ginecologia e obstetrícia. Logo depois prestou concurso para a Marinha do Brasil e passou. Hoje é oficial superior do corpo médico dessa força.

Diné sentiu que deveria deixar o ministério da IB do Fonseca durante o ano de 2006 depois de atravessar tempos difíceis de rebeldia de alguns líderes que trabalhavam com ele. Anunciou a decisão à igreja em novembro de 2006 ajudando ainda por três meses a igreja a estabelecer a comissão de sucessão pastoral. Seu último domingo à frente da IBF foi o dia 11 de fevereiro de 2007.

Diné e Leila não tinham perspectivas de ministério. Mas Diné confiava em Deus de que Ele continuaria a cuidar deles. No mês seguinte veio a sondagem da CBC Oakville e logo depois a viagem para conhecer a igreja na páscoa.

Resumindo mais uma vez, Diné foi convidado a assumir o ministério de língua portuguesa da CBCO integrando o staff pastoral da igreja canadense. Isso foi em novembro de 2007.

Lembram-se lá no início de que Diné e Leila haviam se apresentado para missões para o Canadá? Deus não disse que não. Disse “ainda não”.

Era preciso que Diné e Leila passassem 11 anos em Portugal (ilhas e continente), durante toda a década de 80, para aprender a cultura do povo com o qual trabalhariam anos mais tarde no Canadá. O interessante é que a maioria de vocês portugueses que imigrou para o Canadá o fez nessa década.

Depois, era preciso passar cerca de 16 anos no Brasil para conhecer e saber de que cultura sairiam os brasileiros que chegariam a CBCO e com quem trabalhariam. Deus é Senhor da história e mostra o seu amor pelo seu povo preparando um casal durante quase 30 anos para que uma pequena comunidade de língua portuguesa (portugueses e brasileiros) no Canadá pudesse ser amada, cuidada e pastoreada. A ida de Diné e Leila para o Canadá é a prova de que Deus ama vocês e os ama também.

Bem, no Canadá Diné e Leila viveram dias muitos felizes. Foi lá que descobriram que seriam avós pela primeira vez. Ana Clara nasceu bem pertinho do aniversário do vovô em 2011. Depois vieram Daniel, Davi (filhos de Leilane) e por último Giovana (Guilherme e Leilane) e Larissa (Dininho e Rose). Podemos dizer que Diné e Leila são uns avós babões!

 

por Pr. Felipe Oliveira
Missionário Mobilizador no Rio de Janeiro