“Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei? Quem irá por nós? Eu disse: Aqui estou eu, envia-me”. Isaías 6.8 

Esse foi o texto que meu pastor separou para mim antes da minha viagem pelo programa Voluntários Sem Fronteiras de Missões Mundiais ao Oriente Médio em 2018. Eu simplesmente coloquei o meu coração à disposição do Senhor e disse: “Envia-me!”. Foi exatamente o que Ele fez. 

Em nossa caravana tínhamos quinze voluntários, todos com o coração disposto e alegre para o serviço de Cristo. Em árabe, a palavra A’ylah significa “Família” e foi exatamente o que formamos, uma família que continua unida e que ora uns pelos outros, mesmo depois de transcorrido um ano da viagem e mesmo com a distância, pois somos de cidades e estados diferentes. 

Nosso objetivo ali naquele local foi dar suporte ao trabalho já desenvolvido pelos missionários. Dessa forma, os irmãos atuaram com homens e meninos refugiados através do futebol. Eu e as irmãs atuamos com mulheres, oferecendo algumas oficinas e realizando um “Dia de Beleza”. Também atuamos com crianças, desenvolvendo atividades recreativas, arte com balões, pintura, desenho e contação de histórias. 

Eu tive a oportunidade de oferecer uma oficina de crochê. Muitas mulheres já faziam trabalhos lindos! Ensinei, aprendi, abracei, fui abraçada, doei um pouquinho de amor e recebi uma avalanche de volta, que transbordou meu coração! Talvez Deus te use em sua profissão, talvez Ele te use com algum dom, ou talvez Ele simplesmente te capacite para ser usado em algo completamente novo! Quando Ele chamar, responda “eis-me aqui”. Você vai experimentar o extraordinário Dele! E, depois disso, nada fará tanto sentido quanto estar exatamente no centro da vontade do Senhor! 

Mais do que ir ao deserto para falar de amor, Deus me levou lá para aprender sobre o que essa palavra significa. Recebemos muito mais do que doamos, e esse sentimento é curativo para a alma. Eu não fui ensinar nada, eu fui aprender. Fui para levar um pouquinho de esperança, e quem voltou cheia de esperança fui eu ao ver que essa geração que a ONU chamou de “geração perdida” por causa dos horrores da guerra é, na verdade, uma geração que ainda sonha, que ainda luta e espera por dias de paz. Ter um coração disponível e pronto para o Senhor foi a melhor decisão da minha vida. Meu coração é Dele e Ele me levou até os refugiados, levou-me para as nações. É o meu chamado e eu disse sim!

 

Raquel Chaffin Cezario
Doutoranda em Sociologia Política, Voluntária Sem Fronteiras e membro da PIB em Nova Goitacazes (Campos/RJ)

 

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